Para impulsionar o
consumo, Banco do Brasil e Bradesco fecharam parceria com a Cielo para permitir
que consumidores correntistas desses dois bancos possam parcelar as compras
feitas com lojistas que usam máquinas credenciadas à empresa.
“Em vez de o lojista
simplesmente perguntar se o consumidor vai pagar no crédito ou no débito, vai
incluir mais uma pergunta ao consumidor: quer pagar no crediário?”, diz Marcelo
Augusto Labuto, diretor de empréstimos e financiamentos do Banco do Brasil.
O lojista poderá
simular, na hora da compra, o valor das parcelas, os juros cobrados e a data do
primeiro pagamento. No caso do Banco do Brasil, o cliente pode começar a pagar
em até seis meses.
“O crédito já está
aprovado para cerca de 13 milhões de correntistas do Banco do Brasil. São cerca
de R$ 100 bilhões disponíveis. Para ter acesso a essa modalidade, basta usar o
cartão de crédito Ouro Card Visa ou débito Visa Electron. A ideia é
revolucionar os meios de pagamento oferecidos hoje”, diz Labuto.
Os clientes que usaram
essa modalidade de crediário em projeto-piloto do Banco do Brasil compraram
eletroeletrônicos em até 48 meses e material de construção em até 54 meses,
segundo dados do banco.
“Essa linha de crédito
já existia no banco, mas foi readaptada para ser oferecida pelos lojistas”, diz
o executivo.
Antes de anunciar o
pacote de redução de juros, do programa “Bom para Todos”, o Banco do Brasil
contabilizava por dia cerca de R$ 300 mil usados por meio dessa modalidade de
crédito. Metade desse valor era usado na compra de material de construção, com
juros de 3,6% ao mês. O valor médio usado era de R$ 1.400.
“Após o corte de juros
em nossas linhas, o desembolso aumentou consideravelmente”, diz Labuto.
O valor utilizado por
dia passou para R$ 1,7 milhão, com juros de 1,90% ao mês para a compra de
material de construção. Na compra dos eletrodomésticos, os juros cobrados
variam de 1,6% a 1,98% ao mês. O gasto médio dos consumidores subiu para R$
2.200 a R$ 2.300.
“É uma forma de
estimular o consumo e facilitar o acesso ao crediário, uma modalidade muito
usada pelo consumidor”, diz o professor Cláudio Felisoni, do Ibevar (Instituto
Brasileiro de Executivos de Varejo e do Mercado de Consumo) e do Provar
(Programa de Administração do Varejo), da Fia (Fundação Insituto de
Administração).
Como a economia dá
sinais de desaceleração, o governo procura tomar várias ações para impulsionar
as compras. “A Selic (taxa básica de juros) foi reduzida, os bancos públicos
iniciaram movimento de redução de juros e agora as medidas visam facilitar a
forma de comprar”, afirma Felisoni.
ADAPTAÇÃO
Segundo a Cielo, a
função crediário já vem “embutida” na máquina de pagamento. O parque de
terminais da credenciadora foi adaptado para capturar as transações nessa
modalidade, disponível inicialmente para cartões do Banco do Brasil e do
Bradesco.
O objetivo da empresa é
“firmar a cultura do crediário como facilidade embutida no cartão e passar a
viabilizar, diretamente na ponta do comércio, o acesso do consumidor final ao
crédito disponibilizado pelos bancos”.
De acordo com a Cielo,
a principal vantagem para o lojista é que poderá realizar vendas em até 48
meses, mas poderá receber o valor integral da compra já no dia seguinte da
compra.
“O consumidor poderá
pagar as compras até o limite do crédito disponibilizado pelo banco, sujeito à
análise, aprovação cadastral e demais condições do produto, com comodidade e
segurança, no próprio estabelecimento comercial, cliente da Cielo”, informa a empresa.
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